A trilha de White Sands, Novo México (EUA), emerge como um portal fascinante para o passado mais remoto da América do Norte, revelando evidências diretas da presença humana que remontam ao Último Máximo Glacial. Co-liderado por Jeffrey Pigati e Kathleen Springer, ambos geólogos pesquisadores do Serviço Geológico dos EUA, o estudo desafia as concepções prévias sobre a chegada dos primeiros americanos, estendendo significativamente a linha do tempo histórica. Inicialmente, em 2022, a autenticidade das evidências foi questionada por arqueólogos que contestaram a confiabilidade das sementes de Ruppia cirrhosa, usadas no primeiro estudo para datação por radiocarbono.
A refutação propôs o uso da datação por luminescência opticamente estimulada (OSL), uma técnica que avalia o tempo desde a última exposição dos grãos de quartzo ou feldspato à luz solar ou calor intenso. No recente artigo publicado na revista Science, a equipe de pesquisa adotou essa abordagem, examinando grãos de quartzo sob as pegadas. Os resultados revelaram uma idade mínima de aproximadamente 21.500 anos, corroborada por datação por radiocarbono de amostras de terra contendo pólen de coníferas.
Apesar da convicção dos pesquisadores, Loren Davis, coautor da refutação, levanta dúvidas sobre as conclusões. Ele destaca que as idades OSL se originam de sedimentos abaixo das camadas da trilha, sugerindo a possibilidade de deposição subsequente das pegadas. Davis enfatiza a importância de continuar a obtenção de idades OSL dos sedimentos que realmente envolveram as pegadas, considerando a possibilidade de erosão e redistribuição de sedimentos mais antigos.
Enquanto Springer e Pigati defendem a validade de suas amostras OSL, Thomas Higham, cientista arqueológico da Universidade de Viena, elogia a contribuição substancial do estudo. Ele considera as descobertas convincentes e detalhadas, ressaltando a importância da replicação de resultados como parte integral do método científico. A trilha de White Sands continua a intrigar, desafiando paradigmas e oferecendo uma janela única para a pré-história da América do Norte.