A preparação para a ameaça de um ataque de asteróide não é um exercício hipotético, considerando a probabilidade, embora baixa, de tal evento. A estabilidade atual do Sistema Solar não descarta a possibilidade de um asteroide atingir a Terra. A questão central é como a humanidade pode cooperar e se preparar para tal cenário, que pode ter consequências devastadoras.
É incontestável que um modesto asteroide de 500 metros de diâmetro poderia causar danos significativos à Terra, liberando mais de 10 gigatoneladas de energia. Se atingir a terra, formaria uma cratera considerável, aquecendo e lançando material na atmosfera, desencadeando tempestades de fogo. Se atingir o oceano, tsunamis massivos se tornariam uma ameaça.
Independentemente do impacto, a civilização humana seria drasticamente alterada, e a sobrevivência se tornaria uma luta comparável às dificuldades enfrentadas por nossos antepassados. Este cenário não é novidade para aqueles que estudam asteroides, mas a resposta envolve não apenas aspectos científicos e tecnológicos, mas também considerações diplomáticas, geopolíticas e econômicas.
Os resultados de uma análise detalhada da Conferência de Defesa Planetária de 2023 foram publicados na revista Acta Astronautica, destacando a importância de ir além da resposta científica. A descoberta de um asteroide próximo à Terra, chamado 2023 PDC, levanta questões sobre evacuações, reações das instituições sociais, responsabilidades em caso de desastre e questões financeiras.
O estudo explora a complexidade dessas questões e destaca a necessidade de cooperação internacional para lidar com a ameaça. Se houver 12,5 anos de antecedência, democracias baseadas em mandatos de governo de quatro anos e desafios geopolíticos também entram em foco. A possibilidade de uso de uma ogiva nuclear para destruir um impactador adiciona uma dimensão geopolítica e econômica ao cenário.
No geral, o estudo destaca a necessidade de uma preparação realista e abrangente, não apenas nos aspectos científicos e tecnológicos, mas também nas complexas questões sociais, econômicas e geopolíticas envolvidas em um possível ataque de asteróide. A sobrevivência da humanidade pode depender da capacidade de enfrentar esses desafios de maneira coordenada e eficaz.
